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Olá, meus Bats. Aqui vou compartilhar com vocês um pouco sobre a história do blog, como surgiu e um pouquinho da minha própria história. Também quero contar sobre como surgiu a ideia de compartilhar conteúdo, não apenas sobre a Subcultura Gótica, mas também sobre outros assuntos do mundo alternativo.
  • Em que ponto tudo começou?
Acredito que o início tenha sido por volta de 2013, quando a febre dos blogs começou e o termo "Blogueira" surgiu. Essa data é significativa porque foi onde meu amor por compartilhar conteúdo começou e continua até hoje. Eu estava escrevendo um blog com minha prima enquanto explorava minhas preferências musicais e visuais. 

Naquela época, era bastante difícil acessar a internet porque na minha casa não havia nenhum computador nem internet. Mas meu vô trabalhava como vendedor de peças, e tinha um computador com internet em casa, já que precisava se comunicar com as empresas por meio de outras maneiras além do telefone e do fax, que naquela época ainda se usava. Todos usavam esse computador; minha mãe, meu avô, meus tios, meu irmão mais velho, minha prima e eu, então poderia usá-lo com minha prima apenas quando ia para minha vó e ninguém estivesse usando. Algumas vezes, dormia lá com a intenção de me divertir na internet com minha prima, pois jogávamos muito e liamos muitos blogs. 

(eu criancinha, mais ou menos nesse período)

Eu ainda estava no quinto ou sexto ano (não lembro exatamente), estudava em uma escola de padres e tinha poucas maneiras de me diversificar socialmente nessa época. Acompanhávamos vários blogs incríveis que agora não existem mais, principalmente os que compartilhavam dicas, tutoriais, moda, artistas e outros assuntos. Era bastante divertido e isso veio muito antes de vlogs, vídeos do YouTube (que já existiam, mas com poucos criadores de conteúdo), TikTok não existia ainda, Instagram já existia, mas eu ainda não tinha muito acesso a ele, era mais Facebook e Orkut, inclusive, o Orkut foi minha rede social favorita até hoje, pois tinha comunidades que compartilhavam bastante informação, jogos e é bem nostálgico lembrar. Eu comecei a gostar tanto da ideia de escrever poemas, textos e falar sobre meus próprios interesses pessoais que decidi também criar um blog. 

Assim, surgiu a ideia de criar um blog também. Aprender a usar o Blogspot e programar em HTML foi bastante difícil, mas me empenhei muito e tinha muitos sites que ajudavam com tutoriais. Eu também queria ajudar outras pessoas que tinham dúvidas, assim como eu. Desde então, depois que aprendi, criei blogs por muito tempo, parei muitas vezes porque não tinha como acessar e tive que deixar de lado, mas meu amor por escrever nunca morreu. Escrever é uma das minhas paixões e formas de expressar minha arte! É por isso que voltei quase 11 anos depois...
  • Como surgiu meu gosto musical/visual?

Como mencionado anteriormente, todo o meu envolvimento com a internet começou por volta dos 13 anos, quando meu gosto musical começou a se desenvolver, bem como minhas escolhas visuais, de filmes, livros e, em geral, tudo o que consumo hoje em dia e minha forma de vida. 

Desde pequena, fui bastante influenciada pelo mundo alternativo porque meu tio escutava rock, algumas músicas góticas e metal, bem como tinha uma banda de metal que tocava na casa da minha vó. Essa banda de metal era incrível, mas infelizmente tiveram que parar, pois meu tio teve filhos, teve que focar na vida pessoal. Ter influências musicais de perto me deram um interesse profundo nessas músicas e uma vontade de tocar instrumentos. 

Além disso, meu pai costumava ouvir muita música alternativa, o que fortaleceu minha conexão com esse tipo de música e, por quase toda a minha vida, se tornou meu gosto musical principal. Como mencionado anteriormente, eu estudei em uma escola pública/comunitária de Padres. Lá usavam uniformes padronizados, era uma escola religiosa e estudavam apenas crianças (a escola comportava apenas da alfabetização até a quinta série), a escola vivia de doações e ajuda da comunidade do bairro, cobravam uma taxa bem baixa para manter a escola. 

Apesar de ser uma escola de padres, e mesmo sendo uma escola comunitária, era fantástica porque oferecia aulas de arte com estudo de escultura, estudo de pinturas diversas e estudo de vários materiais diferentes (que os pais compravam para os alunos e eram realmente usados nas aulas de arte), todo evento, feriado fazíamos uma confecção de algo sobre o tema para levar para casa e isso também aprimorou meu amor por arte. 

A escola também tinha um visual bem Gótico, com esculturas góticas parecidas com arte tumular e a atmosfera daquela escola fazia me sentir em casa. De fato, foi a melhor escola que já estudei e tenho apenas boas lembranças. 

Meu pai é o maior exemplo do mundo artístico para mim, ele já foi tatuador na juventude, desenha demais com muita criatividade com qualquer tipo de material que você colocar em sua mão e isso me inspirou muito, pois eu queria ser igual a ele. Além disso, lá atrás, na infância, como minha casa tinha apenas uma televisão, meu pai colocava as coisas para assistir e eu assistia tudo o que ele assistia. 
Desde muito nova, assistia filmes antigos e era minha paixão, eu cresci vendo meu pai assistindo filmes góticos, filmes de vampiros, de monstros e meu pai é apaixonado por filmes Cult. Lembro que quando ele assinou uma TV em casa, o canal favorito dele era o Cine Cult.

Por esse motivo, tive acesso a muitos filmes góticos, de terror e de fantasia, que influenciaram minha literatura e visual posteriormente. Toda essa construção se encaixava como peças de quebra-cabeça da minha personalidade, e quando cheguei à sétima série, descobri que eu era muito diferente das outras crianças da sala, pois foi aí que conheci uma diversidade social maior. Fui introvertida desde sempre, tinha poucos amigos e sempre interagi muito pouco com as pessoas. E isso implicou e implica até hoje na minha vida pessoal e profissional, mas estou trabalhando nisso. Isso foi um impasse na época porque sofri bastante bullying por ser diferente. Com o tempo, descobri um grupo social em que me encaixei bem, enquanto grupos subculturais estavam se formando na minha cidade. 

O grupo subcultural Emo foi o que mais me encaixei, embora na época não soubesse que existiam subculturas, apenas tinha uma identificação pessoal com música e visual. Foi durante esse período que comecei a sair sozinha. Por eu não ter referências góticas, a subcultura gótica ainda não tinha se manifestado de forma significativa em minha vida na época. Na minha cidade, apenas alguns grupos subculturais eram conhecidos, como Emos, Punks, Headbangers/Metaleiros e Funkeiros

(Eu detesto essa foto, mas perdi todas as outras que tinha, então vai essa mesmo)

Como mencionado anteriormente, meu acesso à internet era limitado em minha realidade porque meus pais não tinham dinheiro para comprar um computador ou instalar a internet em casa. Portanto, o único meio pelo qual pude obter informações sobre música e o universo alternativo foi o que eu conversava com meus amigos, o que ouvia em casa e assistia à MTV para conhecer bandas novas, e assim fui desenvolvendo meu gosto musical. 

Nessa época, conheci muitas bandas do nicho Gótico que eu nem sabia que eram desse nicho, como The Cure e Bauhaus; no entanto, isso ainda era muito limitado ao que eu conhecia. Com o passar do tempo, parei de me vestir de forma alternativa (nunca parei de ouvir música), mas por não comprar minhas próprias roupas, minha mãe detestava meu visual e acabei sedendo por um tempo. 
(Era assim que geralmente eu me vestia, já que não controlava muito meu visual)

No entanto, eu realmente odiava me ver dessa forma, e acabei tendo surtos de ansiedade; ia ao banheiro e cortava o cabelo para tentar mudar, raspava minha sobrancelha e fazia outras coisas. 

(Nessa foto, foi o inicio da minha faculdade, quando passei por diversos periodos horríveis, sofri perseguissão dos alunos da minha sala. Acabei começando a expressar mais o que sentia no meu visual, cortei o cabelo no ombro e comecei a pintar)

Quando entrei na faculdade, percebi que seria mais um meio social no qual eu era diferente, me sentia assim, acabei não me importando mais para nada e foquei em me sentir bem comigo mesma. 
(Aqui foi quando radicalizei pela primeira vez e cortei bem curtinho, que aproposito foi escondido

Durante esse tempo, cheguei a fazer um moicano, pintar o cabelo de vermelho e cortar o cabelo bem curto, pois antes não podia cortar. Hoje estou em transição, pois quero ficar bem Morticia, mas cabelo curto é maravilhoso também. 

(O cabelo mais curto que já tive. Inclusive, nessa foto já tinha saído de casa, conhecido meu marido e era tatuadora)

Foi um momento de liberdade; comecei a tirar fotos, coisa que não gostava muito, e isso foi o ponto de partida para meu visual. Depois que conheci o meu marido, comecei a tatuar, morar sozinha e fui melhorando ainda mais meu visual, e nesse ponto, já estava bem sólido para mim quem eu era, o que gostava de fazer e como gostava de me expressar. 
  • O surgimento da Subcultura Gótica na minha vida:

O intuito de pontuar isso aqui é para chegar no momento em que decidi compartilhar sobre a subcultura gótica na internet e ser também uma fonte de informação para muitos BabyBats

A subcultura Gótica sempre fez parte da minha vida sem eu saber, pois no meio em que vivi, consumia bastante filmes Góticos. Como dito anteriormente, eu me identificava com determinados grupos alternativos na adolescência, mas não sabia que existia o termo "Subcultura", o que era uma subcultura, o que envolvia e que cada grupo subcultural tem suas vivências, seu conteúdo próprio. Os filmes foi de mera influência do meu pai e a sessão da tarde (quem mais amava?), sempre amei filmes mais sombrios, melancólicos e isso se perpetuou para minha leitura, pois queria consumir e buscar livros que fossem nesse nicho, buscando também músicas que explorassem mais esse lado. 

Dentro desse lapso temporal, me encontro em 2020, pandemia estourada, buscando livros para ler, acabo me deparando com o termo "literatura gótica", isso me deu uma intrigada, pois conhecia o que era gótico, mas apenas como visual, não sabia que envolvia música, literatura, filmes, e todas as coisas que a subcultura oferece. Nunca havia me interessado anteriormente pela subcultura gótica como hoje, porque achava que era somente o visual que envolvia e eu nunca quis me rotular nada, queria ouvir, vestir e consumir o que eu quisesse sem me prender a algo especificamente. Quando pesquisei sobre literatura gótica, meu mundo se abriu de uma forma inexplicável, pois já tinha lido diversos livros góticos, todos os filmes góticos eu simplesmente amo, e quando entrei no critério música, foi só amor e nada mais...

(Essa foto foi em um estúdio que eu tinha com algumas amigas. Estava trabalhando como tatuadora e foi no período da pandemia, mas estavamos podendo atender)

A parte de montar meu visual veio bem depois, pois 2020 foi uma época bastante conturbada para mim, estava trabalhando muito e focava apenas na faculdade, tinha montado um estúdio, meu dinheiro ia praticamente para o trabalho e a faculdade, então nem estava me importando com visual (inclusive, muita das roupas que uso nos meus visuais hoje em dia, foram doadas para mim das minhas amigas na época). Fui explorando cada vez mais meu visual, porém depois que parei de tatuar em 2021 (fiquei dois anos parada no ramo), apaguei completamente, parei de sair e fiquei apenas estudando, tentando passar em um concurso (até tirei meus piercings que amava). 
(Foi em outro estúdio que trabalhei em 2023 com minhas amigas. Já tinha descoberto melhor a forma que me sentia bem com meu visual)

Em 2023, voltei a tatuar e a explorar melhor meu visual, me arrumar mais, às vezes, ia trabalhar com uma maquiagem mais expressiva, mas ainda não me montava como hoje e não queria dizer que era gótica ainda porque estava estudando muito sobre tudo. Passei esses anos todos apenas focada nas minhas leituras sobre o universo gótico e quanto mais lia, mais meu amor por essa subcultura cresceu. 
(Foto com uma maquiagem mais simples quando estou com preguiça haha)

Atualmente, 2024, continuo estudando, pois considero que somos eternos Babybats, mas agora estou me expressando bem mais no meu visual, explorando meu lado criativo em DIYs e costura. Quero trazer sobre isso também, mas vejam que o visual é apenas um detalhe, todo conhecimento, conteúdo sobre a subcultura gótica é o principal. Estudem, leiam o máximo que puderem e não se prendam a vídeos curtos, busquem quem está no ramo há muitos anos, que tem fontes imensuráveis a oferecer, inclusive, todas essas fontes estão mencionadas aqui no Blog em "fontes para estudar". Essa cultura de preguiça para ler e resumos não existirá por aqui, viu? 

(Foto atual bem vampirona)

  • Surgimento do Blog:

A ideia em si não surgiu como um blog, mas no meu perfil do TikTok. Como já estava estudando sobre a subcultura e consumindo criadores de conteúdo nesse meio, vi muita desinformação sendo compartilhada, pessoas não sabendo onde estudar ou simplesmente, uns fiscais de góticos apenas propagando desinformação desinfreada nessa plataforma, principalmente.

Decidi começar a compartilhar conteúdo lá, mas meu intuito sempre foi escrever, pois para mim, quem quer aprender precisa ler e estudar. Muitos babybats que estão entrando na subcultura agora, tem buscado fontes rápidas, informação curta apenas para saber o básico e usar o visual, mas isso, a longo prazo gera apenas aquele famoso "só uma fase". Realmente, quem quer aprender de fato, saia de conteúdos curtos e foque em conteúdo imersivo, pode ter certeza que você irá se apaixonar bem mais pela subcultura gótica.

Como o TikTok é uma plataforma de conteúdos curtos, decidi criar um blog novamente (a nostalgia que esse cantinho me deu é inexplicável), e trazer tudo que é conteúdo sobre esse universo. Claro que, continuarei postando em outras plataformas, mas cada uma com um proposito diferente. Aqui trarei conteúdos longos e imersivos, quero trazer minhas escritas poéticas e literárias também, mas no tiktok trabalharei com conteúdos mais resumidos, youtube quero focar em tutoriais e games, e no instagram apenas arte e fotos minhas... 

Se você chegou até aqui, quero agradecer imensamente. Compartilhei um pouquinho sobre mim e meus pensamentos por aqui, se você se identificou deixa nos comentários e me conta também sobre sua trajetória, adorarei saber.

Fico por aqui e até mais...

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